segunda-feira, julho 30, 2007

À espera da tarde tranquila...

Na beira do rio,
Colorido,
Perfumado.
Peixes dourados,
Encantados,
Iluminam o Sol.



foto: acervo pessoal, Lisboa; poesia: Carolina de Carvalho (11/2005)

terça-feira, julho 24, 2007

El Milagro Del Desierto Florido

No deserto do Atacama,
Chove 0,6 mm por ano.
A cada década,
As flores mais diversas,
Sem espinhos; sem mato;
Só caule e cor.
Enfeitam o deserto,
Num só ato.

foto: De alguém com muita sorte; poesia: Carolina de Carvalho (16.10.2005)

sexta-feira, julho 20, 2007

Chega de Retratos

Sabe aquelas coisas que te caem no colo sem pedir licença e transformam a vida? O texto desta canadense nascida em 1939, é assim.
Conheci esta senhoura num jantar, na Festa Literária de Parati, acho que em 2003 ou 2004, sou ruim que só para datas, não importa, o fato é que..Sim! Eu jantei com Margaret Atwood! E isto estou contando só para que morram de inveja, porque além de ser uma simpatia, a Mina é Fodona! Assim mesmo, escrito em maiúscula. Daquelas que a gente quer ser quando crescer.
Foi ela a ganhadora do prêmio booker em 2001. Não que eu saiba a importância de um prêmio desse porte na vida de um mortal, sei que, quem não a conhece está perdendo, e muito!

Chega de Retratos - Por Margaret Atwood

Chega de retratos. Já existem em número suficiente. Chega de sombras de mim mesma impressas pela luz em pedaços de papel, em quadrados de plástico. Chega de olhos, bocas, narizes, humores, ângulos ruins. Chega de bocejos, dentes, rugas. Eu sofro com minha própria multiplicidade. Duas ou três imagens seriam suficiente, ou quatro, ou cinco. Isso teria permitido uma idéia firme: Esta é ela. Desse jeito, sou aquosa, ondulo, a todo momento me dissolvo em meus outros eus. Vire a página: você, ao olhar, fica de novo confuso. Você me conhece bem demais para me conhecer. Bem demais não: demais.

capa: A Tenda; desing de capa: Atwood e Webb; Editora Rocco; e eu não pedi autorização para reprodizir...segredo!

quinta-feira, julho 19, 2007

Sucumbo... Sucumbes... Sucumbimos!

Há alguns anos tenho vontade, muita vontade de escrever, e escrevo.
Mas mostrar são outros quinhentos! Mostro para poucos e sempre para amigos. É aquela velha história, amigos lêem alguns textos, dizem coisas gentis, e acabam por me impulsionar a escrever mais. O meu problema, além de nunca lembrar as regras básicas da boa ortografia, está em mostrar as vísceras em público, e ainda para um público completamente desconhecido e por vezes anônimo. Isso aí é coisa para gente grande, acho eu. Só que ultimamente o Namorado tem me convencido de que já sou bem grandinha, e mesmo sabendo que certamente ficarei obsessiva pensando no que postar aqui, ele insiste para eu explodir tudo o que vem na cachola.
Então, depois de algum tempo, alguns percalços, e muita ladainha, estou quase convencida de que talvez tenha certo talento para a escrita. Entre a úlcera e o desatino, me vejo sem escolha. Agora, ou deixo de ser uma mulher incrédula ou descubro de vez que esse papo de talento é coisa de coelhinho da páscoa. Até certa idade a gente acredita que existe, depois só comprando a 5 pilas na vendinha da esquina. Por fim, sucumbo `a tentação…

segunda-feira, julho 16, 2007

O Porquê.


Fiquei pensando num porquê bem bom para fazer um blog. Tinha que ser um porquê daqueles, do tamanho do mundo! Sabe? Fiquei dias e dias atrás de um porquê pra coisa, e o porquê vinha cada hora de um jeito, de um formato. `As vezes colorido, `as vezes perfumado e depois ia embora sem dizer porque era um porquê que valia a pena.
Aí pensei que um porquê pequenininho também servia. O que importa é que eu teria um porquê! Só que os porquezinhos também sumiam, um por um.
Na última curva, chegou um de mansinho, e lascou a sentença: - Escreve e pronto.
Se isso é um porquê, eu não sei, mas também não vou ficar esperando ele ir embora pra descobrir…
Bem Vindos !

Henri Matisse – Figura Decorativa Sobre Fundo Ornamental (1927) – 130x98cm; Acervo Museu de Arte Moderna, Paris.