The Cure from shootmefashion.net on Vimeo.
quarta-feira, julho 20, 2011
sexta-feira, agosto 27, 2010
Foolish XI
Espero alvorecer,
Adormeço tranquila.
Aquieto o sopro,
Sem sufoco.
Penso nisso,
Só amanhã...
terça-feira, abril 20, 2010
quarta-feira, abril 07, 2010
terça-feira, abril 06, 2010
Portifólio IX - Rain Man...
Página de Catálogo para o Espetáculo Rain Man - Com Petrônio Gontijo e direção de José Possi Neto. Em breve...perto de você!
aplicação sobre foto de Priscila Prade / arte: Carolina de Carvalho
quarta-feira, dezembro 09, 2009
Laerte escreveu...
Pra quem não sabe, Mário Bortolotto, autor, diretor e ator teatral, foi baleado no sábado à noite, durante um assalto. Também ficou ferido o desenhista Carcarah, que passa bem.
Mário está melhor, mas seu estado é muito complicado.
Eu estarei lá e, junto com outros artistas, como meu filho Rafael, Angeli, Grampá, Mutarelli, Fábio Moon, Gabriel Bá, Cobiaco, faremos um painel que será rifado.
Sexta, dia 11, à noite, no Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt.
terça-feira, setembro 29, 2009
quarta-feira, setembro 16, 2009
Romantica...et sans perdre la tendresse... (III)
Ontem, hoje e sempre ... I'll Be Seeing You
I'll be seeing you
In all the old familiar places
That this heart of mine embraces
All day through
In the small cafe
The park across the way
The children's carrousel
The chestnut trees
The wishing well
I'll be seeing you
In every lovely summer's day
In everything that's light and gay
I'll always think of you that way
I'll find you in the morning sun
And when the night is new
I'll be looking at the moon
But I'll be seeing you
...
Billie Holiday - Live At Carnegie Hall - November 10, 1956:
Françoise Hardy e Iggy Pop:
quinta-feira, agosto 27, 2009
Rapunzel, Rapunzel, let down your hair...
sexta-feira, julho 17, 2009
Portifólio VII - Emoções Baratas...
sexta-feira, junho 19, 2009
The Point Of No Return...
Acordei em brancas nuvens.
A culpa do mundo não me convém.
O amor ao qual pertenço,
Me invade por inteira.
Estranhos se dividem,
Me isento de ódio.
Na palma da mão
Os caminhos brilham.
Pingam-me nos olhos
Lágrimas de alguém.
Sigo um feixe de luz,
À ponta dos cabelos...
Pra que escrevo senão para meu próprio ego.
foto: http://www.flickr.com/photos/anarchos/3472767015
quinta-feira, junho 18, 2009
Foolish IX
Que queres de mim?
Chega manso,
Vestido de branco,
Sorriso de lado,
Constrói brincadeira
,
Toca viola,
Canta bonito,
Que nem Arlequim.
Que queres de mim!?
Sou eu a sereia,
Encanto quem quero,
Morreste na areia,
Foi este seu fim.
foto: Mermaid of Stanley Park; http://www.flickr.com/photos/januszbc/2620114305/
poesia: Carolina de Carvalho - 2006
sábado, junho 13, 2009
Ártemis
segunda-feira, maio 25, 2009
O Vinho de Jurema... *
Num lugar da vida,
A boca delicada,
Do beijo de mel,
Me fez Iracema...
Índia, linda, desejada.
Por ira, ou por pena.
No lugar da vida,
A doce pluma,
Faz versos ao léu.
Poesia: Carolina de Carvalho
Pintura: Diego Rivera - "Desnudo con Alcatraces" (1944) - Óleo sobre fibra dura, 157x124cm.
* "O Vinho de Jurema" é o alucinógeno da tribo dos Tabajaras no Romance " Iracema" de José de Alencar , 1865.
sábado, maio 16, 2009
Romantica...e senza perdere la tenerezza... (II)
"Piccolissima Serenata" - Teddy Reno, acompanhado pelo '2X2' quarteto.
De: Totò, Vittorio e la dottoressa (1957).
quarta-feira, abril 29, 2009
Portifólio VI - Liz...
terça-feira, abril 28, 2009
Suspiro...
Deixo a Lua seguir seu curso…Durmo!
Como um anjo que seduz o silêncio.
Durma você também...
Pintura: Salvador Dali - Galatea of the Spheres (Galatee aux Spheres) 1952, Oil on canvas 65 x 54 cm Fundacion Gala-Salvador-Dali, Figueras, Spain.
sexta-feira, abril 24, 2009
Para Comemorar !!
beijos imensos
Julia Kiss - http://tapeumolho.blogspot.com/
O sorriso da moça
Conheceu um sorriso
Um sorriso numa forma tão nova
Cada vez que pensava estar tudo acabado
Constatava que a moça sorria
O que a moça sabia mais do que ela
Sorria
Para uma, fim de linha
Para outra, o inesperado chegando a cavalo
Cléo De Páris - http://pueril.zip.net/
*
Pensou que tinha sido bom lembrar de roubar aquela foto dele da infância. Ele ficaria do tamanho de caber sempre no seu pensamento. Mas as cores não mais. Imaginou todas em todos os tons, só por agora. imaginou nomes e suas cores. Pablo Neruda era bem azul! Só pra amanhecer.
Podia tudo que quisesse. Só pra ser ela mesma. Incrível, pensou. E chorou tudo que queria. Imaginou tudo que queria. Quase sem acreditar que podia ser ela mesma e só. Só pra amanhecer.
Naomi Conte - http://contosinterditos.blogspot.com/
Como abrir uma porta
Primeiro, com a mão no formato de concha, aproxima-a devagar da maçaneta, como quem está prestes a tocar em telhado de zinco ardido de sol. Os pés um pouco afastados um do outro, um mais à frente, o outro mais atrás, mantendo uma distância confortável da porta, dessas que deixam o ar entrar e sair das narinas com facilidade. O braço que sustenta a mão no alto, que tanto pode ser o esquerdo como o direito dependendo das preferências, não está de todo esticado evitando forçar a articulação do cotovelo, encontra-se contraído. Forma-se um ângulo de aproximadamente cento e cinquenta graus entre o antebraço e o braço, numa altura desde o solo um pouco menor que a da mão que quase toca o gélido metal da maçaneta. A mente reluta por um instante, entre escancarar ou não a porta. O corpo se inclina de modo imperceptível, aproxima os dedos que enrijecem na certeza do toque da maçaneta, a mão se acanha na presença da haste metálica e aprisiona-a com os dedos. Apenas o polegar solitário se estende preguiçoso ao longo. Uma simples virada de punho e ouvimos o clique. Um suspiro mudo responde à réstia de sol que cruza a fresta, uma fresta maior, bem maior, espia sobre a cama o corpo em cochilo pós-almoço.
L.C - http://pbdesinteressante.blogspot.com/
Margaridas e corações
Acordei assustada e desliguei o despertador. Procurei meus chinelos no escuro, mas coloquei os pés no chão para sentir o frio. Acendi a luz para olhar a cama. Andei descalça por toda a casa, acendi todas as luzes. preparei o café. Li o jornal. Páginas e farelos de pão, notícias engorduradas de manteiga. me atrasei para ter pressa. fiz espuma na esponja em forma de margarida, com o dedo desenhei corações no espelho embaçado. Coloquei uma roupa amarela e fui dançar na feira.
terça-feira, abril 21, 2009
quarta-feira, abril 15, 2009
Reflexão Sobre a Reflexão III...
quinta-feira, março 26, 2009
Foolish VIII
quarta-feira, março 25, 2009
O Meu Desejo - Florbela Espanca
Vejo-te só a ti no azul dos céus,
Olhando a nuvem de oiro que flutua...
Ó minha perfeição que criou Deus
E que num dia lindo me fez sua!
Nos vultos que diviso pela rua,
Que cruzam os seus passos com os meus...
Minha boca tem fome só da tua!
Meus olhos têm sede só dos teus!
Sombra da tua sombra, doce e calma,
Sou a grande quimera da tua alma
E, sem viver, ando a viver contigo...
Deixa-me andar assim no teu caminho
Por toda a vida, Amor, devagarinho,
Até a Morte me levar con.. sigo
terça-feira, março 17, 2009
Cansei de Tomar Fanta...
"Cansei de Tomar Fanta" de Alberto Guzik
direção Daniel Tavares
com Cléo De Páris e Fábio Penna
Estréia 17 de março às 22:30 hs - até 14 de abril
Espaço do Satyros 1 - Praça Roosevelt, 214 - fone 3258.6345
20,00 (meia 10,00) - duração 30 min. - realização Os Satyros
Pode ser visto também no www.teatroparaalguem.com.br
segunda-feira, março 02, 2009
Carnevale...
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
Vale 1.500 réis...
P.S.: Por alguma estranha razão, há pessoas que não conseguem visualizar o post, que nada mais é do que uma caixinha para ouvir música...antes que achem que postei um título e nada mais (não é uma má idéia, mas não é o caso, ainda...) deixo o link :
Quem me vê sorrindo - Cartola
http://www.goear.com/listen.php?v=cd51361
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
Portifólio V - Romance...
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
`A Iemanjá...
A Iara, de João Guimarães Rosa
Por entre os delfins, sentinelas de Possêidon, afundam, suspensas, soltas, como grandes algas, carregando os jovens afogados: Ondinas das praias, flexosas, Nixes da água furtacor do Elba, Havefrus do Sund e Russalkas do Don... Loreley traz no esmalte doce dos olhos duas gotas do Reno... E danaides Laboriosas se desviam dos cardumes De Nereidas, que imergem, ondulando as caudas palhetadas dos seus vestidos justos de lamé...
Mas a Iara não veio!...
Mas a Iara não vem!...
Porque Iara tem sangue, porque a Iara tem carne, sangue de mulher moça da terra vermelha, carne de peixe da água gorda do rio...
Iara de olhos verdes de muiraquitã, cintura pra cima de cunhantã cintura pra baixo de tucunaré...que veio, dormindo, Purus abaixo, filha do filho do rei dos peixes como uma índia branca cuchinauá...
Lá bem pra trás da boca aberta do rio, onde solta seus diaboso bicho feroz da pororoca, ela ficou, cheia de medo, brasiliana, tapuia, morena, Tão orgulhosa, Que não quer ser desprezada pelas outras...
E a Iara é preguiçosa, tão preguiçosa, que não canta mais as trovas lentas em nhheengatu :
-Iquê, ianê retama icu, Paraná inhana tumassaua quitó... Nem mais se esforça em seduzir o canoeiro mura ou o seringueiro, meio vestida com gaze das águas, na renda trançada dos igarapés...E eu tenho de chorar:
- Enfeitiça-me ó Iara,que eu vim aqui pra me deixar vencer...
Mas custa-me encontrá-la, e só à noite sem bordas dessas terras grandes, quando a lua e as ninféias desabrocham soltas, posso beijá-la, nua, dormida, esguia, bronzeada, oleosa, na concha carmesim de uma vitória-régia, tomando o banho longo de perfume e luar...
Iemanjá - Todos os anos, no dia 2 de fevereiro, milhares de praticantes do candomblé se vestem de branco e se dirigem ao mar, levando as suas oferendas para Iemanjá. Ao entardecer, em Salvador, homens levam embarcações com flores e oferendas à rainha do mar.
quinta-feira, janeiro 29, 2009
terça-feira, janeiro 27, 2009
Devagar à Divagar...
segunda-feira, janeiro 19, 2009
Arrepio II...
Não há meio de expressar isso sem parecer "bêbado e desvairado?" Ah! como a civilização é idiota! Para que termos um corpo, se somos obrigados a mantê-lo encerrado em uma caixa, como se fosse um violino raro, muito raro?
"Não, isso de violino não é exatamente o que eu quero dizer" — ela pensou, correndo escadas acima e apalpando a bolsa, em busca da chave — que ela esquecera, como sempre — e sacudindo a caixa do correio. "Não é o que eu quero dizer, pois — "obrigada, Mary" — ela entrou no vestíbulo. "A babá voltou?".
"Sim, senhora".
"E as frutas?".
"Sim, senhora. Veio tudo".
"Traga as frutas para a sala de jantar. Vou dar um arranjo nelas antes de subir".
Estava escuro e muito frio na sala de jantar. Mesmo assim, Bertha tirou o casaco; não podia tolerar por mais tempo o aperto da roupa, e o ar frio penetrou em seus braços.
Dentro do peito, no entanto; havia ainda aquele ponto brilhante, incandescente, de onde saía uma chuva de pequenas fagulhas. Era quase insuportável. Ela mal tinha coragem de respirar, por medo de atiçar aquele fogo ainda mais; contudo, respirava fundo... fundo. Quase não tinha coragem de olhar-se no espelho frio; mas olhou, e ele mostrou-lhe uma mulher radiante, com lábios trêmulos, sorridentes, grandes olhos escuros e um ar de quem está à espera de que alguma coisa... divina aconteça. Ela sabia que iria acontecer infalivelmente.
texto: Bliss - Katherine Mansfield
sexta-feira, janeiro 16, 2009
Senta que lá vem história II....
2009 - Finalmente depois de 4 anos, uma parte do Monumento aos Lanceiros Negros, será construída ( post - Senta que lá vem história...)
Esses bravos heróis, os Lanceiros Negros, foram dizimados numa emboscada próxima ao sítio de Porongos, no Rio Grande do Sul. Trata -se de um mitológico massacre ocorrido durante a Revolução Farroupilha (1835-1845) e bem escamoteado durante os anos. Eram a linha de fronte das tropas, com a promessa de liberdade no final da guerra, transformaram-se na vanguarda das tropas farroupilhas.
2005 - Nós ( Euclides Oliveira, Sidney Linhares, Dante Furlan e eu ) ganhamos um concurso internacional com o projeto para a construção de um museu em homenagem aos Lanceiros, no local do massacre. Museu que sonhamos ver construído no sítio que poderá ser tombado pelo patrimônio histórico mundial.
terça-feira, janeiro 13, 2009
O Efêmero Pulo do Gato...
Poesia: Indecisão ...Qual a melhor solução...Qual?...Aí é que está ... - (2007)
Foto: Efe - Cientistas sul-coreanos criaram gatos clonados que brilham no escuro quando são expostos à luz ultravioleta. Os pesquisadores manipularam um gene que sintetiza uma proteína fluorescente. Os gatos nasceram entre janeiro e fevereiro deste ano, são da raça Angorá Turca.
domingo, janeiro 11, 2009
Um Mantra...
sexta-feira, janeiro 09, 2009
Sabedoria Familiar...
terça-feira, janeiro 06, 2009
Sobre Café e Cigarros...
Ao abrir a porta, os olhos que por muito tempo foram absortos, carregavam agora uma expressão tenra. Ela também tinha medo. Abriu a janela na tentativa de que o vento abrandasse qualquer alteração em suas respirações. Abraçou-a por trás, e ficaram assim, alguns minutos, envolvidos pelo silêncio. A chuva cortando a face, os olhos, os lábios, os líquidos todos, escorriam. Escorreram. Ela precisava comprar cigarros.
foto: Henri Cartier Bresson; texto: Carolina de Carvalho - 2006
segunda-feira, janeiro 05, 2009
Gira Mondo Nel Mio Labirinto.
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
(…)
foto: Lenice Barbosa ; música: trecho de Roda Viva, Chico Buarque.
Eu, sem poesia, com Labirintite, e sem fumar. Desejo com todas as forças, que o Ano Novo pare de girar!
terça-feira, dezembro 30, 2008
What a difference...
P.S.: Para meu pai - A música que me faz chorar... a história fica para outro dia...
P.S. 2: Por alguma estranha razão, há pessoas que não conseguem visualizar o post, que nada mais é do que uma caixinha para ouvir música...antes que achem que postei um título e nada mais (não é uma má idéia, mas não é o caso, ainda...) deixo o link :
What a difference a day made -
http://www.goear.com/listen.php?v=d1c61c1
sexta-feira, dezembro 26, 2008
Enquanto isso, na janela da cozinha...
A vista lá de casa é a mais linda do mundo,
Veio com a cidade, um sorriso, e você junto.
Ah… a vista lá de casa…
Tem meu coração também.
Desenhado com seu traço.
Cravado bem no fundo.
Ah…a vista lá de casa…
É a mais linda do mundo.
Temporal em SP : As fotos foram tiradas nesta sequência, durante aproximadamente 10 minutos e estão sem efeitos ou ajustes de cor.
fotos e poesia: Carolina de Carvalho - 2008
sexta-feira, dezembro 19, 2008
quarta-feira, dezembro 17, 2008
Os Mistérios de Clarice...
...
Luas claras na varandas
Jardins de sonho e cirandas
Foguetes claros no ar
Que mistério tem Clarice
Que mistério tem Clarice
Pra guardar-se assim tão firme, no coração
...
Mas Clarice
Era a inocência
...
Fez-se modelo das lendas
Das lendas que nos contaram as avós
Que mistério tem Clarice
Que mistério tem Clarice
...
pintura: Henri Matisse, Gold Fish, 1911
música: Caetano Veloso, José Carlos Capinam
para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=MalkQS5ECyc
quinta-feira, dezembro 11, 2008
As Cores do Dia...
No céu,
O laranja torna rosa,
O azul brinca de ser lilás.
Tons saltam.
Nós, estáticos.
A euforia tranquila
Do peito compassado.
Sabor de gotículas d’água
Suspensas no ar.
No reino de Afrodite,
Somos como Hilda Hilst.
“Um arco-íris de ar,
Em águas profundas".
poesia: Carolina de Carvalho - foto: Zena Holloway (www.zenaholloway.com)
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Azul
Uma pequena borboleta pousou levemente em seu peito. Era azul. Suas asas tinham desenhos simples e simétricos que remetiam `aquelas brincadeiras infantis em que se usam bolômetros na busca de círculos perfeitos, um dentro do outro, infinitamente, um dentro do outro, insistentemente, formando mandalas.
O gosto de sangue instalado na garganta não deixava margem `a enganos. As palavras corajosas ditas em meio as lágrimas tomaram forma em seus ouvidos como cortes precisos de navalha, finos retalhos em seus poros. Fundos porém gentis. Lembrou do beijo derretendo em seus lábios. Desta vez, fechou os olhos com mais força e pôde sentir a linda borboleta voar em direção ao mar.
Os veleiros não mostravam mais suas cores. Suas velas, agora brancas e em riste, confundidas ao horizonte, não permitiam distinguir o que era céu, o que era água, o que era azul.
Só o suor escorrendo pela face dava algum sinal de que suavemente ainda morria.
foto: Shark - http://www.charquinho.weblog.com.pt
sexta-feira, novembro 14, 2008
quinta-feira, novembro 06, 2008
quarta-feira, novembro 05, 2008
Foolish VII
terça-feira, outubro 28, 2008
Se...
sábado, outubro 18, 2008
sexta-feira, outubro 17, 2008
A Estrutura da Bolha de Sabão
No meio de uma multidão: " Nossa Lygia, que confusão!" . Ela sorriu e cochichou em nossos ouvidos: " Tudo é confusão"... Proféticas palavras que, segundo ela, foram ditas por Machado de Assis...
terça-feira, outubro 14, 2008
Arrepio...
Me miras, de cerca me miras, cada vez más de cerca y entonces jugamos al cíclope, nos miramos cada vez más de cerca y nuestros ojos se agrandan, se acercan entre sí, se superponen y los cíclopes se miran, respirando confundidos, las bocas se encuentran y luchan tibiamente, mordiéndose con los labios, apoyando apenas la lengua en los dientes, jugando en sus recintos donde un aire pesado va y viene con un perfume viejo y un silencio. Entonces mis manos buscan hundirse en tu pelo, acariciar lentamente la profundidad de tu pelo mientras nos besamos como si tuviéramos la boca llena de flores o de peces, de movimientos vivos, de fragancia oscura. Y si nos mordemos el dolor es dulce, y si nos ahogamos en un breve y terrible absorber simultáneo del aliento, esa instantánea muerte es bella. Y hay una sola saliva y un solo sabor a fruta madura, y yo te siento temblar contra mi como una luna en el agua.
texto: Julio Cortázar; foto: Henri Cartier Bresson
quinta-feira, setembro 25, 2008
Portifólio IV - Irma Vap
Uma entre tantas.
Era a primeira vez em que ia, conscientemente, `a um espetáculo de teatro. Com a mão grudada na mão da prima, um ano mais velha, e a outra agarrada na mão da avó .
Sentindo um frio na barriga pelo pânico de assistir a um espetáculo de “adultos”. Desembarquei no meio de uma multidão de pernas, muito maiores que eu inteira. Saímos do táxi e ficamos esperando minha avó, Ana, na beira da calçada, enquanto a fila da bilheteria se desenrolava. As mãos continuavam grudadas. Minha prima tinha a obrigação de cuidar de mim, enquanto vovó entrava confiante no meio da multidão para conseguir nossos ingressos.
Os gorros, cachecóis, casacos e a espera, só aumentavam a tensão – será que ela conseguiria? - Estar no centro da cidade, no frio e na chuva, característicos de São Paulo, em um teatro com um painel de mosaico se agigantando para cima de mim, era no mínimo assustador. O teatro era o Cultura Artística ( talvez até tenha sido em outro, mas ficou gravado como se fosse). O espetáculo, “Irma Vap”.
As recordações que ficaram foram das muitas trocas de roupa, do óbvio não entendimento dos cacos políticos, uma peruca pra cá, um vestido pra lá, os dois atores de quem tanto gostava, o cenário enviesado pelo acento lateral e claro, as risadas. Que eram muitas.
A avó com o sorriso estampado no rosto e um brilho de travessura, que só ela conseguia carregar, nos olhos. Travessura esta, que havia sido premeditada, sem o aval de nossas mães. Uma sorrateira surpresa da matriarca! A pipoca doce na saída e a inveja das mães ao saber do rapto. nos proporcionaram uma recordação ainda mais deliciosa. Em 2005 a minha querida avó Ana se foi, deixando em nós, muitas destas saborosas alegrias.
20 anos depois desta primeira pipoca na saída do teatro, veio a reestréia e o novo elenco, tão poderoso como o anterior, e resgataram em mim aquela lembrança, aquele olhar de travessura que tanto me acompanhou. Fizeram com que o sabor ficasse ainda melhor! Tornando possível que eu, finalmente, entendesse um pouco mais desse mistério que é “Irma Vap”.
É com muita humildade que, depois de assistí-los, resolvi contar essa pequena historieta … Num desejo de que outros tantos anos passem e que outras tantas meninas tenham a chance de guardar na memória o deslumbramento de vê-los em cena.
P.S.: Layouts feitos para uma concorrência de programação visual do espetáculo. Usei desenhos do Angeli (com o consentimento dele, é claro! - o último é meu mesmo)- Não ganhei, mas adorei!
vai lá: Teatro Shopping Frei Caneca.